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O Agradecimento da Severina pelo Dia Internacional da Mulher

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Para as colegas Advogadas do IASC no seu dia, em 2018.

Disseram para a Severina, que era o Dia da Mulher,
de todas elas, cada uma, não importa onde estiver.
A caboclinha de Nonoai deu um passo à frente,
abriu o leque com navalha, que usava,
e abanando um fogo vivo lá na mente,
falou pausada, e de repente disse assim:
eu agradeço, mas por pura educação;
pra Tiradentes, que se festa esquartejado,
eu não me enquadro e não tenho vocação.
E se incluir a do malandro me desculpe,
eu sou mais rude, eu não tolero gozação.
E ademais, diz para as flores que me estás a oferecer,
só somos todas-e-uma-a-uma, neste mundo, duas vezes;
pela primeira já passamos nesta vida, ao nascer;
e a segunda, não me agoures nessas flores, que compraste!
Todos os homens quando aprontam, nessa pátria mãe gentil,
trazem no mimo o kyrie eleison da vergonha que fizeram,
e essa data varonil e engenhosa que inventaram,
não foge à regra e certamente não resiste ao questionário.
Mas se o homem faz o errado quase sempre,
e quando acerta é na mentira ou é pecado,
é esse jogo que fascina o outro lado,
e te mantém apaixonado eternamente.
E pra encerrar essa pendenga eu digo apenas,
que o próprio Céu querendo o amor da nossa Terra
deu de presente o sol do dia só pra ela
e o lado escuro, corrigiu com as estrelas.

Por José Isaac Pilati, comendador do IASC, autor de A tragédia de Mário Castelhano: Severina

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